A colocação do material sensível - Papel com 60 anos de idade.





Qualquer fotografia exige tempo, luz e um material sensível onde a imagem será gravada. Tudo o resto é acessório.


Dito desta forma, foto-grafar, desenhar com o sol, é um processo que existe "naturalmente na natureza" pela combinação desses três elementos.

Ao Homem apenas lhe coube o mérito de ter, a dada altura da sua evolução, conseguido controlar racionalmente estes três elementos de forma a criar imagens que lhe seriam úteis e ou belas.

Neste nosso projecto iremos tentar, da forma mais simples possível, obter imagens das 9 ilhas dos Açores, o que para tal nos obriga a dominar estes três elementos de forma artesanal.

As câmaras que se construíram, de velhas caixas de cartão em que se fez um pequeno furo (estenopo) irão controlar a Luz que entrará no seu interior.

O Tempo será ditado pelos nossos amigos em cada uma das 9 ilhas, devendo ser de pelo menos uma semana.

Quanto ao material sensível é disso que hoje trataremos.

Quando a luz incide num material este poderá alterar-se, na sua cor, mais ou menos rapidamente, criando uma diferença entre as partes que não foram expostas à Luz e as que foram. Esta rapidez, este grau de rapidez denomina-se sensibilidade. 

Assim quanto mais sensível for um material, menos tempo e menos luz necessitará para gravar nele uma imagem.

Nas nossas caixas queremos que a imagem que se focará no seu interior fique gravada, pelo que termos que utilizar algum tipo de material que numa semana se altere o suficiente para formar uma fotografia, ainda que ténue, mas uma fotografia.

Para tal teremos que usar um papel que contenha sais de prata, chamado de papel fotográfico.

Porque gosto e porque me parece apropriado e merecedor, escolhi um papel muito interessante, chamado de Brovira-Speed, fabricado pela Agfa-Gaevert na Alemanha, durante o pós-guerra.

Este é muito interessante porque é praticamente um papel de brometo de prata, usando apenas um tipo de sais de prata, produzindo uns tons quentes quando revelado. Como os vinhos mono-castas, mas melhor.


Tenho ainda algumas folhas com cerca de 60 anos de idade, que irei cortar e colocar no interior de cada uma das caixas presa com pioneses.



Desta forma a luz que entrará pelo furo e focando uma imagem na parte onde agora se encontra o papel sensível, irá gravar, aos poucos, uma imagem de cada um dos locais escolhidos pelos amigos de cada uma das ilhas.

Mais artesanal não se consegue.

No entanto, antes de iniciar o corte das onze folhas (onze porque em duas ilhas tivemos dois voluntários), vou experimentar durante dois dias colocar ao sol esta caixa para ver se o papel se comporta da forma como queremos.


Se tudo correr bem, Sábado teremos o primeiro teste realizado.













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