Flores II
Nas Flores iremos ter uma segunda colaboração, sendo ela a da professora e escritora Gabriela Silva.
A propósito deste projecto e da sua ilha, pedimos-lhe um poema, ei-lo:
Na ilha
Na ilha
jazem memórias de todas as conquistas
e de todas
as derrotas…
De todas as
ravinas saltam prantos e soluços de
mar bravo,
vento oeste e medos muito antigos
e a memória
geme em soluços convulsivos
de nortadas
que levam sonhos, e pessoas
e
ressuscitam baleias arpoadas a arder no ventre da terra quente de lavas antigas
que pariram lagoas e montanhas sumptuosas num verde insubordinado….
Ouvem-se
ranger soalhos, bater pregos em caixões de madeira decorados de tule branco e
saudade inquieta
chegam
notícias das Califórnias perdidas de abundancia que nos roubaram os braços à
terra e à aguilhada dos bois
tocam sinos
a finados de nados mortos e mortos vivos
e o vento
desliza por entre ravinas deixando o mar num alvoroço de neve em movimento de
fúria
Inverno.
Tempo de viver a verdade inteira, a saudade completa
a memória de
Alfred Louis e Roberto Mesquita
de Pedro da
Silveira e de Padre Camões
de
ressuscitar fantasmas, de escrever poemas, de sentir
a natureza
na sua brutal essência
e ficar…. No
silêncio plasmado de sombras e de
certezas!Veremos que imagem nos trará Gabriela das Flores.
A ela um beijinho de obrigado por se juntar a esta Nau Catrineta.
(Lá vem a Nau Catrineta Que tem muito que contar! Ouvide agora, senhores, Uma história de pasmar!)
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