O Corvo, seu tempo e espaço.

Solargrafia na Ilha do Corvo  por João Câmara e Pedro Horta


Quando se coloca uma caixa de cartão, com um pequeno furo, contendo no seu interior papel fotográfico, durante alguns dias virada para a Luz, é expectável que tais particulas de luz, risquem o papel como um lápis natural.
 
O desenho que se obtem é um mistério até ser observado, um acaso de intervenções, próprias de cada lugar, de cada tempo, que o tornam único e irrepetivel.

O Sol, na sua passagem diária vai queimando o papel, deixando traços e rasgos arcados...

Com o tempo começam a aparecer as sombras dos elementos que se projectam e entram, devagar, no interior da caixa, depositando-se nos sais de prata...o mar, o céu, a terra.

Também a humidade, o vento, o frio, projectam no resultado final a sua existência, criando bolores, imperfeições, que longe de mancharem o resultado final, incorporam-no, revelando a verdadeira natureza do espaço.

A fotografia assim obtida, há que ser interpretada como a mais natural representação do espaço-tempo assim retratado.

Esta é a primeira de uma série de imagens que foram obtidas, ao longo dos dois últimos anos, das ilhas do Açores, num projecto que envolveu voluntários em todas elas, responsáveis pela escolha do local.

Todas elas únicas, ensinando-nos a ver o mundo de outra forma.

Obrigado ao João Câmara, autor desta com que hoje inauguramos esta fase do projecto.


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